Conheça a história de três pessoas que continuaram a viver a vida normalmente com a incontinência urinária.
É fato: existe um tabu em torno da incontinência urinária. Porém, cada vez mais pessoas estão dispostas a lidar com essa questão com naturalidade, procurar ajuda e levar uma vida normal. Separamos três histórias de pessoas que convivem com escape de urina e não deixaram sua vida parar.
“Continuo a fazer o que gosto”
A jornalista mineira Déa Januzzi tem 50 anos e há pelo menos dois tem incontinência urinária. Ela é um bom exemplo: “Eu não deixei de fazer nada do que eu gosto por causa da incontinência urinária, nem mesmo sair para o bar com os amigos”, conta. “Só precisava ficar atenta aos banheiros mais próximos.”
Déa escreve a respeito de temas relacionados à maturidade. Para ela, as pessoas deveriam falar naturalmente a respeito de situações como essa. “A incontinência urinária ainda causa constrangimento. Não faz sentido. Se pelo menos 10 milhões de brasileiros têm essa disfunção não deveria ser tabu falar sobre ela.”
“Não dei espaço para a tristeza”
Pessoas mais novas também lidam com esse tipo de situação. A paisagista Tiê Amalfini*, de 33 anos, sempre teve escapes de urina ao longo da vida e achava que isso era natural. Até conversar com um educador físico e descobrir que tinha incontinência.
“Fiquei surpresa porque sempre achei que era normal o xixi escapar”, conta Tiê. “Como isso sempre fez parte da minha vida, acho que aprendi a lidar com a questão há muito tempo. Isso não deu muito espaço para a tristeza, sabe?”. Ela que adora bloquinhos de carnaval e outros eventos ao ar livre nunca deixou de sair de casa por causa da incontinência. Depois que descobriu a roupa íntima, não precisou mais se preocupar o tempo todo com a proximidade de banheiros.
O educador físico que abriu os olhos de Tiê faz um trabalho de fortalecimento do períneo. A partir da conversa com ele, ela inseriu na rotina exercícios pélvicos fáceis de fazer em casa e desde então tem sentido uma boa melhora. [dicas de exercícios] “Até para me relacionar com o meu namorado, fiquei mais confiante”, diz.
“Percebi que estava sendo egoísta”
João Apolinário* tem 63 anos e uma saúde debilitada. Por causa de um infarto e da próstata aumentada, precisou tomar muitos remédios nos últimos tempos. No ano passado, desenvolveu incontinência urinária, aparentemente em consequência dos medicamentos.
Durante um ano e meio, os escapes de urina provocaram transtornos consideráveis, principalmente à noite. A mulher dele fez tudo que estava ao seu alcance: encapou o colchão com plástico e habituou-se a lavar a roupa de cama a todo momento. Nos períodos mais críticos, era preciso lavar todos os dias. Isso porque o marido se recusava a tocar no assunto e usar produtos adequados.
“Um dia, ela me disse assim: ‘se você não me ajudar, eu vou ter problemas sérios nos braços de tanto lavar os lençóis’. Naquele momento eu percebi que estava sendo egoísta. Comecei a usar produtos específicos para incontinência e foi a melhor coisa que eu fiz”, lembra João.
Lembre-se: sua vida não pode parar!
Cada pessoa encontra uma forma de superar ou conviver com a incontinência urinária. Às vezes pode levar mais tempo, às vezes pode nem ser encarado como uma dificuldade. O importante é sempre ter em mente que existem tratamentos, prevenções e produtos que ajudam a levar uma vida normal. Afinal, todos nós ainda temos muito o que viver pela frente.
*Trocamos o nome para preservar a intimidade desses personagens, cujas histórias são verídicas.